De acordo com a idade da mulher, a inseminação artificial
apresenta taxas mais baixas de sucesso quando comparadas à fertilização
in vitro. Entenda o que define a escolha da melhor técnica em cada caso
Texto: André Bernardo / Ilustração: Luiz Lentini / Adaptação: Ana Paula Ferreira
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A primeira etapa do procedimento é conhecida como indução da ovulação e é comum às duas
técnicas. Ilustração: Luiz Lentini
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Consulta médica
Uma minuciosa
avaliação médica resultará na eleição da técnica certa para cada caso, o que dependerá da análise de
testes físicos,
provas laboratoriais e
exames de imagem. A
inseminação artificial (ou inseminação intrauterina) é indicada nos casos de
dificuldade de ovulação,
alterações anatômicas no colo do útero (que dificultam o encontro do espermatozoide com o óvulo),
distúrbios na produção de espermatozoides (baixa quantidade ou pouca mobilidade),
mulheres jovens (em torno dos 35 anos) e com
função tubária preservada. A
fertilização in vitro é a opção para as que têm
problemas nas trompas (sequelas de infecção ou endometriose), estão
acima dos 35 anos, fizeram
ligamentos de trompas ou apresentam
obstrução tubária.
Primeira parte: inseminação artificial e fertilização in vitro
A etapa conhecida como
indução da ovulação é comum
às duas técnicas. Nela, há estímulo do crescimento do maior número
possível de óvulos. No segundo dia do ciclo menstrual, inicia-se o uso
de um hormônio injetável. A partir do 6º dia, opera-se o controle do
estímulo ovariano através do ultrassom. Por volta do 8º ao 10º dia de
uso de medicação, verifica-se se há resposta ovariana para uma ou outra
técnica. Usa-se, então, um hormônio específico para amadurecer os óvulos e
desencadear a ovulação. A partir de agora, as duas técnicas seguem por
caminhos diferentes.
Inseminação artificial
De 36 a 42 horas após do
início da ovulação, o casal retorna ao centro de reprodução, e os
melhores espermatozoides colhidos do marido são
inseminados no útero. O procedimento é
indolor,
não envolve cirurgia e o casal é liberado no mesmo dia. O médico
recomenda que o casal tenha relação sexual para que as contrações
uterinas e tubárias facilitem a chegada dos espermatozoides até o óvulo.
Após 21 dias da inseminação artificial, realiza-se o tão esperado
exame de gravidez.
Fertilização in vitro
Nesta técnica, a paciente é submetida à
captação de vários óvulos 36 horas após o uso do hormônio. É necessária uma
cirurgia denominada
punção ovariana por ultrassonografia transvaginal, que deve ser realizada com
anestesia,
e dura cerca de 20 minutos. Os óvulos são aspirados dos ovários,
selecionados e, em seguida, unidos aos espermatozoides para formar os
embriões. O marido é convidado à coleta do sêmen para uso da
fertilização in vitro dos óvulos. Após um breve repouso, o casal volta
para casa. No laboratório, cada óvulo é imerso num recipiente especial,
que contém de 50 a 100 mil espermatozoides. Formados, os embriões são
colocados em uma estufa, que reproduz as condições ambientais da tuba
uterina, onde ficarão até serem formados os blastocistos – estágio final
do desenvolvimento embrionário. Após três dias, acontecerá a
transferência dos embriões para o útero. Geralmente, são
implantados mais
de um embrião para aumentar as chances de gravidez (daí ser comum a
gemelar). Após 12 dias da transferência, é realizado o exame de
gravidez.
Passo a passo
O método da inseminação artificial é composto de
três etapas:
indução da ovulação, coleta e preparo de sêmen e introdução dos espermatozoides no útero. Já a fertilização in vitro é dividida em
quatro etapas:
indução
da ovulação, coleta de óvulos e da amostra de sêmen, fertilização dos
óvulos no laboratório e transferência dos embriões para o útero.
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