quarta-feira, 30 de abril de 2014

Como funciona a reprodução assistida

De acordo com a idade da mulher, a inseminação artificial apresenta taxas mais baixas de sucesso quando comparadas à fertilização in vitro. Entenda o que define a escolha da melhor técnica em cada caso

Texto: André Bernardo / Ilustração: Luiz Lentini / Adaptação: Ana Paula Ferreira
A primeira etapa do procedimento é conhecida como indução da ovulação e é comum às duas
técnicas. Ilustração: Luiz Lentini

Consulta médica

Uma minuciosa avaliação médica resultará na eleição da técnica certa para cada caso, o que dependerá da análise de testes físicos, provas laboratoriais e exames de imagem. A inseminação artificial (ou inseminação intrauterina) é indicada nos casos de dificuldade de ovulação, alterações anatômicas no colo do útero (que dificultam o encontro do espermatozoide com o óvulo), distúrbios na produção de espermatozoides (baixa quantidade ou pouca mobilidade), mulheres jovens (em torno dos 35 anos) e com função tubária preservada. A fertilização in vitro é a opção para as que têm problemas nas trompas (sequelas de infecção ou endometriose), estão acima dos 35 anos, fizeram ligamentos de trompas ou apresentam obstrução tubária.

Primeira parte: inseminação artificial e fertilização in vitro

A etapa conhecida como indução da ovulação é comum às duas técnicas. Nela, há estímulo do crescimento do maior número possível de óvulos. No segundo dia do ciclo menstrual, inicia-se o uso de um hormônio injetável. A partir do 6º dia, opera-se o controle do estímulo ovariano através do ultrassom. Por volta do 8º ao 10º dia de uso de medicação, verifica-se se há resposta ovariana para uma ou outra técnica. Usa-se, então, um hormônio específico para amadurecer os óvulos e desencadear a ovulação. A partir de agora, as duas técnicas seguem por caminhos diferentes.

Inseminação artificial

De 36 a 42 horas após do início da ovulação, o casal retorna ao centro de reprodução, e os melhores espermatozoides colhidos do marido são inseminados no útero. O procedimento é indolor, não envolve cirurgia e o casal é liberado no mesmo dia. O médico recomenda que o casal tenha relação sexual para que as contrações uterinas e tubárias facilitem a chegada dos espermatozoides até o óvulo. Após 21 dias da inseminação artificial, realiza-se o tão esperado exame de gravidez.

Fertilização in vitro

Nesta técnica, a paciente é submetida à captação de vários óvulos 36 horas após o uso do hormônio. É necessária uma cirurgia denominada punção ovariana por ultrassonografia transvaginal, que deve ser realizada com anestesia, e dura cerca de 20 minutos. Os óvulos são aspirados dos ovários, selecionados e, em seguida, unidos aos espermatozoides para formar os embriões. O marido é convidado à coleta do sêmen para uso da fertilização in vitro dos óvulos. Após um breve repouso, o casal volta para casa. No laboratório, cada óvulo é imerso num recipiente especial, que contém de 50 a 100 mil espermatozoides. Formados, os embriões são colocados em uma estufa, que reproduz as condições ambientais da tuba uterina, onde ficarão até serem formados os blastocistos – estágio final do desenvolvimento embrionário. Após três dias, acontecerá a transferência dos embriões para o útero. Geralmente, são implantados mais de um embrião para aumentar as chances de gravidez (daí ser comum a gemelar). Após 12 dias da transferência, é realizado o exame de gravidez.

Passo a passo

O método da inseminação artificial é composto de três etapas: indução da ovulação, coleta e preparo de sêmen e introdução dos espermatozoides no útero. Já a fertilização in vitro é dividida em quatro etapas: indução da ovulação, coleta de óvulos e da amostra de sêmen, fertilização dos óvulos no laboratório e transferência dos embriões para o útero.

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